domingo, 7 de setembro de 2014



O MUNDO QUE ALGARAVIAS

A boca imensa de Waly Salomão
alarga o mundo,
engole a palavra mundo,
devora o existir do mundo,
morde os contornos do mundo.

Este redondo giratório na mesa do nada,
rebatendo-se de um lado para outro
em sinuca sem caçapa.
Ou melhor:
dentro de uma grande,
infinita caçapa sem fim.

Garotas jogam sinuca
em um bar na Rua Bambina.
Bambinas que jogam
e olham para mim.
Tocam.
Giram na mesa da eterna partida.

Na eterna chegada,
Waly Salomão é uma ilha na memória
com sua boca dentada de letras,
dotada de mundos.

Algaravias meu amor,
Algaravias...

As Bambinas olham,
dão risadas,
"plurificam" a “ferocidade da mente”
“sexualizando a fala”.
Jogada que mata a bola 8 do desejo,
a grande tacada.

Boca que desbocou a minha,
sou só a fome,
ajudai-me.

Quero morder
a carne viva do poema.

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