Na frondosa árvore dos dias
seguidos,
aproximo a camera do olhar
sobre uma folha.
Está presa em seu ramo.
Só estando preso
para sentir tanta segurança.
“Ser cativeiro é da natureza.
Soltar é perigoso e nos leva.”
(É o que dizem entre galhos)
Uso a lente do detalhe.
Sua textura em riscos.
Seu contorno verde
não exprime a seiva dolorída.
É lá que reside o elo.
No alimento e toque das
extremidades.
A cada fruto novo
aquele sol molha,
aquela lua venta.
O corpo fica leve demais para existir.
Enquanto isso
pernas passam,
carros passam,
um mundo passa arrastando outro
mundo que ainda vai nascer.
Até o passado estava ali, passando.
A folha quieta.
Liberta sonha.
Repousa no concreto.
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